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BIOGRAFIA

Pedro Pimentel

Oi, eu sou o Pedro! Vou contar um pouco da minha história para vocês:

Nasci em 1985 na cidade de São Paulo, e quando criança só pensava em jogar bola e andar de bicicleta. Apesar de ter nascido em uma família muito musical, onde meu pai estava sempre tocando seu violão. Durante as reuniões familiares meu avô sentava-se ao piano e fazia paródias do cancioneiro popular, onde todos participavam, fosse cantando ou com percussões improvisadas criativamente por minha mãe.

O interesse pela música surgiu de verdade em uma festa de aniversário. Nesse dia, meu pai e seus amigos estavam tocando clássicos do Rock. Foi então que ao ouvir os riffs de Satisfaction (The Rolling Stones) e Smoke on the Water (Deep Purple), senti que a música, principalmente através da guitarra, era muito mais divertida do que jogar bola. Muito tímido, canhoto e com um violão de destro em mãos, as primeiras experiências foram bastante frustrantes do ponto de vista do resultado. Nenhum talento inato, assim como para o Futebol. Mesmo assim, era divertido passar a tarde inteira tentando dominar aquele instrumento. Ao mesmo tempo descobri um grande acervo de fitas k7, LPs, e VHS nas estantes de minha casa, contendo álbuns, shows e ensaios de diversos artistas e estilos musicais. Aprendi com meu o pai os primeiros acordes, e me utilizando dos ouvidos e intuição como as principais ferramentas de estudo. O objetivo me lembro, era executar o mais fiel possível do original as peças escolhidas.

Aos 12 anos ganhei minha primeira guitarra, meu Deus! Lembro do reflexo so Sol na pintura e o sorriso de satisfação dos meus pais ao ver minha reação. Eles já estavam mais do que certos de que todo aquele interesse e dedicação não eram apenas uma fase passageira, o chamado "fogo de palha". O impacto do primeiro teste foi quase brutal, além da tocabilidade, a adição de palheta mais o efeito de Overdrive, trouxeram o timbre perseguido quase que obsessivamente durante aqueles 2 anos. No mesmo período, fui convidado a participar de um Festival Estudantil de Música na minha escola. Como ainda era um garoto tímido, precisei de muita coragem para encarar o palco pela primeira vez. Mas assim que os primeiros acordes executados com as mãos tremendo saíram em alto volume do amplificador, a timidez deu lugar à empolgação.

No ano seguinte passei a ensinar o pouco que sabia de maneira informal aos amigos que se interessavam. Era uma boa oportunidade para treinar potenciais companheiros de banda e provar a eficiência dos conhecimentos. Ouvindo guitarristas como Joe Satriani, Steve Morse, Eric Johnson e Steve Vai, passei a enxergar a guitarra também como instrumento solista. Logo de início já identificava as características únicas de cada músico, sem tomar nenhum como favorito.

Ainda de maneira auto-didata, buscava a relação entre acorde e melodia, sem me dar conta de escalas ou arpejos, por exemplo. Isso tornava tudo mais difícil e demorado, mas que por pura insistência acabava chegando em algum lugar. Um colega de classe então sugeriu que eu prestasse exame na ULM. Não fui aprovado! Só que voltei para casa ainda mais determinado a continuar com as pesquisas. Ah! E meus amigos já não tinham mais paciência de ficar tocando a mesma sequência de acordes por mais de 10 minutos. Foi então que surgiu a necessidade de gravar minhas próprias bases, para que o estudo das melodias pudesse se dar pelo tempo necessário e sem reclamações do tipo: "meus dedos estão doendo" ou "você me chamou aqui só para isso?". Ai ai, quanto drama!

E se o estudo da harmonia já era algo complexo e desconhecido, as gravações, mesmo em ambiente caseiro, representavam um desafio ainda maior. Após queimar alguns falantes, potências e tomar inúmeros choques, as primeiras gravações em fita k7 e VHS enfim puderam ser produzidas.

Aos 15 anos comecei a atuar recebendo cachê (bem... mas beeeem modesto) pelas apresentações, percorrendo diversos bares, casas noturnas e teatros de São Paulo, sendo necessário desenvolver versatilidade e capacidade de reação. Tive uma rápida evolução técnica por conta de gravar e atuar como sideman em uma grande variedade de estilos musicais como Rock, MPB, Funk/Soul Music, Samba.

Dois anos mais tarde iniciei meus estudos na EM&T, tendo como professores Wilson Ramos, Jefferson Ardanuy, Silas Fernandes, Edu Letti e Mozart Mello. Com música saindo de todos os cantos daquele prédio, chegava ao ponto de passar dias inteiros entre aulas, workshops e pesquisas na biblioteca. O estudo ficou muito mais organizado e agora eu podia alcançar resultados mais rápido, não era mais necessário redescobrir o fogo e reinventar a roda. Mas havia um problema, capacidade técnica e musicalidade incompatíveies com as noções de Teoria Elementar, por isso me senti na obrigação de cursar o LEM ministrado por Ednilson Lazzari. Foi uma boa decisão! Recebi então a graduação em guitarra Fusion pelo IG&T após 4 anos.

Através do Software de Criação de Música Cakewalk (sim, esse é "das antigas"), pesquisava e testava por conta-própria a linguagem MIDI. Não demorou muito até que chegassem os primeiros pedidos de criação para trilha sonora e vinhetas publicitárias, e claro que de vez em quando "tomava calotes", por não ter experiência em negociações. Ali cheguei à uma conclusão que me orientaria pelo resto da carreira, de que conhecimentos e habilidades que parecem desconectadas, sempre podem ser combinadas para alcançar objetivos em comum. Para se obter um mínimo de sucesso era preciso dominar várias áreas como áudio, harmonia, relacionamentos interpessoais, marketing, produção e administração.

No ano seguinte, parti para trabalhos autorais com as bandas de rock Art. 59 e Morangos com Pistache, onde pude me experimentar melhor nos palcos, dessa vez com a responsabilidade de entreter e cativar a audiência. Passei por situações esquisitas como tocar ao lado do banheiro público, conversar com pessoas bêbadas cuspindo muito ao falar, aturar mulheres e homens dando em cima de maneira desrespeitosa, e outras histórias biazrras que não podem ser contadas aqui. Enfim, apesar da pouca idade, sempre enxergava tudo de maneira mais profissional do que através do estilo utópico de "Rock Star". Eu sei... parece uma grande chatice pensar assim, mas não é. Calma que eu chego lá! Ao mesmo tempo passei a me dedicar a ministrar aulas particulares para iniciantes, desenvolvendo ao longo de 3 anos uma metodologia com critérios de direcionamento bem definidos: idade, interesses, objetivos, qualidades e pontos a trabalhar de cada aluno.

E já que o resultado havia sido bom, aos 21 resolvi me oferecer como professor em escolas de música na região da Vila Mariana, sendo rejeitado ou ignorado na maioria delas por não possuir formação de Nível Superior. Até que me foi oferecido o emprego de Recepcionista da Cia da Música. Apesar de não ser exatamente o que eu procurava como objetivo inicial, obtive uma boa experiência do ponto de vista corporativo e mercadológico, que foram fundamentais para o meu desenvolvimento profissional. Por isso, valorizei a oportunidade me esforçando para aprender tudo o que podia, e não demorou muito até que ganhei uma promoção.

Tendo Klaus Ximenes como diretor geral, um dos pioneiros em TV pela internet especializada em música, ocupei o cargo de Técnico de Áudio na TV Cia da Música. Michel Leme, Arismar do Espírito Santo, Faíska, Douglas Las Casas, Edu Ardanuy e Oswaldinho do Acordeon foram só alguns dos inúmeros participantes ilustres na programação. Eu tinha e ainda tenho esses caras como exemplos de sucesso musical. Acompanhando o dia-à-dia desses artistas que admiro ainda mais nos dias de hoje, passei a construir uma visão mais realista sobre a profissão do músico no Brasil. As dificuldades, particularidades, realizações de cada um deles eram vistas da maneira real, sem a fantasia e depreciação que a mídia em geral costuma propagar no âmbito popular.

Tudo muito bom mas... senti urgência em me aprimorar na captação e edição de áudio, já que iria trabalhar para atender a músicos daquele calibre. Entrei no curso de Fundamentos de Áudio e Acústica no IAV! Os conhecimentos adquiridos nessa área refletiram diretamente na credibilidade da TV, atraindo músicos de várias partes do Brasil, motivados pela qualidade no registro do material produzido.

Encorajado pelos resultados positivos, em 2010 produzi o álbum "Entorpecendo a sua Alma" da banda Morfinna, onde também atuava como guitarrista. Apesar de totalmente caseiro, o trabalho abriu portas para dividir o palco com Paralamas do Sucesso e Capital Inicial, além de entrevistas na TV record, All TV e Webrádios.

No ano seguinte, tomei coragem e produzi meu primeiro álbum solo, assumindo sozinho todos os instrumentos e etapas da produção. Tendo a guitarra como protagonista, foram feitos experimentos de acústica e aplicação de técnicas não-convencionais sobre os instrumentos, gravações invertidas... Esquisitices, para ser mais exato! Com o tema voltado aos Videogames das décadas de 80 a 90, lembrando o estilo de composição das trilhas sonoras em 8 bits. Quando criança, era muito comum deixar de jogar para prestar atenção na riqueza e virtuosismo das composições, apesar da tecnologia limitada. O álbum solo teve uma ótima aceitação, principalmente no exterior em países como Inglaterra e Suiça. E para manter um diálogo mais próximo com esse público, era necessário dominar o idioma Inglês, e foi assim que peguei firme com os estudos na Wise Up.

O bom resultado alcançado nos 2 álbuns, fez com que outras bandas de rock e metal quisessem ser produzidas da mesma maneira. Mesmo sem uma grande estrutura de equipamentos, os diferenciais eram a originalidade por conta da total liberdade para experimentar e o tratamento particular de acordo com as características artísticas de quem estava gravando. Saquei logo de cara que era muito mais prazeroso e gratificante produzir trabalhos artísticos do que publicitários, pois os primeiros eram puramente realização pessoal. Nada contra a publicidade, só uma questão de gosto mesmo. Em um período de 2 anos foram produzidos 28 álbuns com artistas de todo o Brasil.

Aos 25 anos fui convidado por nada menos do que Ivan Barasnevicius, (sim, aquele cara que sempre aparecia na Guitar Cover com suas transcrições) a integrar o quadro de professores da Escola Venegas Music. Pense em uma pessoa tentando disfarçar que ficou muito feliz e que queria mesmo era sair pulando de alegria! Sinceramente, já havia até descartado a ideia de ensinar em Escolas de Música, pela quantidade de "nãos" recebidos, sem falar no desdém. Já que desta vez, finalmente alguém acreditou em mim, desapontar não era uma opção. Questão de honra até. Deixando aquela modéstia hipócrita de lado, sempre senti que tinha vocação para ensinar.

Logo no primeiro dia de trabalho recebi um valioso conselho da minha coordenadora Débora Bermudez: "ouça o que o aluno tem a dizer e fique tranquilo". Embora pareça algo óbvio, muitas vezes na vontade de querer desempenhar bem, podemos ficar ansiosos e deixar de perceber as primeiras informações verbais e não-verbais que o aluno nos passa. E cada um o faz de maneira única!

Quem me conhece sabe que adoro planilhas, listas de tarefas, fluxogramas... Não chego a ser fanático por organização, mas me sinto mais seguro desta forma. Gostei bastante quando soube que a escola adotava como padrão, um diário de classe detalhado para cada aluno. Isso me dava muita segurança para planejar as aulas, relatar problemas e consultá-lo como um guia confiável. Comecei com 2 alunos, mas na semana seguinte já haviam 10. E em apenas 1 mês, a quantidade dobrou!

Existem muitos professores de música que às vezes precisam cancelar aulas de última hora, por conta de shows e apresentações. Sem fazer julgamentos aqui, eu entendo essa situação e vez ou outra me vi nesse dilema também. Mas é inegável que isso atrapalha à todos envolvidos.

Decidi então que para atingir a excelência, deveria priorizar o trabalho como professor. As outras atividades teriam de se adaptar ou serem conciliadas. Para se ter uma ideia da fixação que começou a ser construída em volta disso, eu destinava um bom tempo para aprender sobre os gostos e interesses dos alunos. E não estou falando de gêneros musicais ou bandas preferidas, mas de coisas como ler os mesmos livros, assistir à filmes, Jogar seus jogos de videogame, pesquisar seus hobbies, aprender sobre suas profissões... Parece esquisito eu sei! E era mesmo, assistir à episódios de Pokémon, ler aquele livro do Crepúsculo, pegar revistas sobre pescaria no consultório do Dentista... Mas era recompensador.

A vantagem de conhecer a linguagem de cada uma desses assuntos, mesmo que superficialmente, fortalecia em muito a capacidade de comunicação. Conhecer a história das pessoas é sempre muito inspirador, faz com que se tenha motivação para sair de casa. Poderia ficar falando sobre isso por horas, mas era só para escrever a minha biografia, lembra? Só que não dá para falar de mim, sem falar da importância que as outras pessoas tiveram e têm na minha vida. Deixei só uma "provinha" disso tudo.

O próximo capítulo está sendo escrito neste exato momento, e talvez você também venha a ser um personagem importante dessa e de muitas outras histórias. Se a gente se encontrar, espero que possamos compartilhar de bons momentos, regados à muita música de preferência. Até lá!